Análise sociologica filme "Hotel Ruanda"
A desigualdade e o preconceito são explícitos em diversas situações no filme, que traz como plano de fundo o conflito entre as etnias hutu e tutsi em Ruanda. A segregação das etnias foi socialmente construída e fruto da colonização belga do país africano no início do século XX. Os colonizadores dividiram os africanos que habitavam o país nos dois grupos, de acordo com critérios arbitrários, como largura do nariz, altura e tom de pele. Os tutsi, que eram a minoria dos mais altos e que possuíam traços mais finos e pele mais clara, foram colocados no controle pelos belgas e, durante a período de colonização, reprimiram os hutus. A situação se prolongou até revolta dos hutus, que culminou com a independência do país africano. É possível perceber conceito de Darwinismo Social, exemplo típico do positivismo de Comte, nesse contexto. Os belgas criaram uma divisão infundada em Ruanda, e plantaram a ideia de superioridade de um grupo em relação ao outro, o que levou à discriminação e à desigualdade no país.
Criada a consciência coletiva baseada na separação e no preconceito, esta passou de geração em geração, assim como defendeu Durkheim. Como resultado, na década de 90, um grupo de hutus declarou os tutsi como traidores que deveriam ser exterminados, dando início a uma série de atrocidades contra a minoria. Durante o massacre que ocorria no país, o resto do mundo preferiu fechar os olhos e não