Análise Fílmica

1. MARKETING OCULTO. METAS A SEREM ALCANÇADAS: INDIVIDUAL E COLETIVA. CONSUMO E MUNDO DO TRABALHO.

A estratégia de venda dos personagens gira em torno de um marketing oculto, em que os vendedores se apresentam como vitrines vivas, com suas vidas perfeitas, em sua casa ideal, com suas roupas belíssimas e objetos luxuosos.
O objetivo da empresa é criar um modelo de família a ser seguido. Não é como se os vendedores se centrassem em vender seus produtos à população, mas como se vendessem a si mesmos, em sua grandiosa perfeição econômica e pessoal; uma vez que a sociedade da cidade-alvo visse neles pessoas bem sucedidas e entendesse esse sucesso como consequência de suas posses, desejaria então possuir as mesmas coisas. Mais do que vender simplesmente coisa, trata-se de vender um estilo de vida, fazendo com que as pessoas queiram ser aquilo o que os vendedores ocultos são e consequentemente queiram ter o que esses vendedores têm.
O marketing oculto configura-se como uma estratégia antiética, em que os vendedores acabam por desempenhar também o papel de atores, vivendo vidas que não são suas, vendendo-se como pessoas que na verdade não são. Dessa forma, vê-se claramente que a base desse tipo de marketing encontra-se fixado no engano direto do consumidor, que fica incapacitado de reconhecer a publicidade da qual se torna, de certo modo, vítima.
Dispõe sobre isso o artigo 36 do Código de Defesa do Consumidor:
“A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal”.
Além do uso do marketing oculto, em “Amor por contrato” é notável a imposição de metas e a busca por porcentagens altas o bastante para fazer a família/unidade subir de nível, alcançando o status de “família ícone”. O vendedor que não mantiver números suficientemente bons deve ser cortado da família/unidade, de modo que não interfira no desenvolvimento das vendas gerais.
A imposição de metas é uma forma inteligente utilizada para estender a