Análise Fenomenológico-Existencial do Ressentimento e do Perdão
Psicologia Fenomenológica
Análise Fenomenológico-Existencial do Ressentimento e do Perdão
Docente: Professor Vítor Jose da C. T. Amorim Rodrigues
Discente: Thales Twardowsky Ávila (20941)
ANÁLISE EXISTENCIAL DO RESSENTIMENTO E DO PERDÃO
A meu ver, o trabalho clínico visa, fundamentalmente, promover ou resgatar a singularidade do analisando, de modo que ele possa agir e reflectir sobre a universal condição humana, mas a partir de um lugar e modo cada vez mais pessoais e únicos.
Existimos em relação; o ser é sempre ser-com, e isso implica a possibilidade do ser não aceder ao pessoal, se mantendo em decadência, no impessoal. O breve contato que tive com a fenomenologia existencial até o momento, vem me ensinando muito sobre factores que favorecem a queda na impessoalidade do mesmo, e que portanto adoecem o homem e podem aparecer como entraves ao trabalho clínico, de um lado, e sobre elementos que, por sua vez, curam e tendem a impulsionar-nos à singularidade, à livre realização do projecto pessoal.
De acordo com essa perspectiva, podemos enxergar o ressentimento — que aparece como um importante obstáculo à liberdade, ao pessoal — e o perdão — o qual se apresenta como a possibilidade de cura do ressentido. Posso dizer, portanto, que foi movido pelo interesse de um olhar clínico sobre a existência humana que escolhi, neste trabalho, estudar e reflectir sobre o ressentimento e o perdão; também foi muito importante para a selecção do tema, a recente leitura da obra O Idiota, de Dostoiéviski, a qual muito me influenciou os interesses e a reflexão sobre o assunto.
Começarei, então, com uma sucinta abordagem de O Idiota, apenas para tentar iluminar algumas das características gerais mais importantes do Príncipe Míchkin, o protagonista da história, para que possamos compreender até que ponto a sua trajectória pode nos esclarecer sobre as consequências do perdão.
Após esta primeira parte, eu farei um