Análise do poema "VAGABUN" SPLEEN E CHARUTOS - Álvares de Azevedo

Resumo:

Este trabalho acadêmico tem como objetivo analisar o poema “Vagabundo”, presente na segunda parte da obra Lira dos Vinte Anos, de Álvares de Azevedo, demonstrando como a medida que a análise crítica foi se sobrepondo, abriram- se novas interpretações para a obra, desvinculando a obra do autor de sua biografia, uma relação que ainda é comumente estabelecida.

Introdução:

Manuel Antônio Álvares de Azevedo, nascido em São Paulo em 1831, não foi somente um escritor da segunda fase do Romantismo no Brasil e o maior representante do chamado Ultrarromantismo e do byronismo, embora comumente esta associação se dê de forma imediata como ponto central da obra.
Tal relação se estabelece por alguns motivos, mas principalmente pela recorrente análise da obra comparada à biografia do autor. Afinal, além da morte prematura, tida como prevista por alguns de seus poemas, Azevedo supostamente fez parte da secreta Sociedade Epicuréia (fato não reconhecido pelo biógrafos), foi amigo de Aureliano Lessa e Bernardo Guimarães (célebres poetas e boêmios), entre outros fatos que fizeram com que a recepção crítica de sua obra vinculasse esta à sua vida.
O professor Vagner Camilo em seu ensaio Álvares de Azevedo, o Fausto e o mito romântico do adolescente no contexto político-estudantil do segundo reinado atribui tal associação às características do próprio movimento romântico, à crítica literária no século XIX, ao ensaio Amor e Medo de Mário de Andrade e afirma ainda que o salto interpretativo da obra de Azevedo se deu somente a partir dos ensaios críticos de Antonio Candido.
“Candido publicou pelo menos quatro importantes ensaios que cobrem a produção em prosa e verso de AA. Esse conjunto significativo é, sem dúvida, um divisor de águas. Ninguém antes havia apreendido a complexidade da obra do poeta, rompendo com o mero encômio; com o lamento pelo potencial do gênio que poderia ter sido e não foi, devido à morte prematura (supostamente prenunciada em poemas como