Análise do poema Morte e Vida Severina sob os conceitos da acumulação primitiva de Karl Marx
As condições básicas da produção capitalista são, de um lado, o proprietário dos meios de produção, que compra a força de trabalho alheia; e, por outro, os trabalhadores livres, que vendem sua força de trabalho. Para que estas condições fossem atingidas, foi necessária a dissociação entre os trabalhadores e os meios pelos quais realizam o trabalho. A acumulação primitiva transformou em capital os meios de subsistência e de produção e os produtores diretos em assalariados:
Como as relações de vassalagem caracterizavam uma descentralização do poder, os reis se empenharam em dissolvê-las visando à soberania absoluta. O aumento da demanda por lã, decorrente do crescimento da manufatura têxtil, levou os senhores feudais a expulsar os camponeses das terras, a fim de transformar as áreas de cultivo em áreas de pastagem, o que consistia em uma atividade muito mais lucrativa. Isso lançou ao mercado de trabalho uma massa de proletários, indivíduos que não tinham outra alternativa a não ser vender sua força de trabalho
A lei se tornou veículo do roubo de terras pertencentes ao povo: decretos permitiam a apropriação das terras comuns pelos senhores.
— E era grande sua lavoura, irmãos das almas, lavoura de muitas covas, tão cobiçada?
— Tinha somente dez quadros, irmão das almas, todas nos ombros da serra, nenhuma várzea.
— Mas então por que o mataram, irmãos das almas, mas então por que o mataram com espingarda?
— Queria mais espalhar-se, irmão das almas, queria voar mais livre essa ave-bala.
Como a maior parte do patrimônio da Igreja era em terras, adquiridas muitas vezes através de