Análise do nivel de acidez e de umidade no resultado final do processo de produção de farinha de penas: as possíveis influências das estações do ano
INTRODUÇÃO
Nos últimos tempos houve um grande desenvolvimento do setor de avicultura aumentando, na mesma proporcionalidade, a produção e o abate de aves. Porém, todo esse desenvolvimento traz, também, preocupação do que se fazer com os resíduos do abatedouro de forma que eles não sejam eliminados na natureza. Uma forma de evitar a eliminação é reaproveitar esses resíduos na fabricação de farinhas para a alimentação animal. Segundo os estudos de Moura (1993) cerca de 7% do peso de abate corresponde às penas, sem contar com outros descartes como o sangue e as vísceras, o que proporciona uma grande disponibilidade de matéria prima para produção de farinha de penas[1] no mercado. Várias empresas, no Brasil, produzem farinha de penas. Podem ser acrescentados vísceras ou sangue à farinha de penas, formando as farinhas de penas e vísceras, bem como penas e sangue. A farinha de penas hidrolisadas é um subproduto resultante da cocção, sob pressão, de penas limpas e não decompostas, obtidas no abate de aves. Deve ser isenta de matérias estranhas à sua composição e microrganismos patogênicos (ANFAR, 1998). A farinha de penas contém alto teor de proteína bruta. Entretanto, sabe-se que 85 a 90% dessa proteína é de queratina que se caracteriza por apresentar baixa solubilidade e alta resistência à ação de enzimas. Por causa disso, o seu uso tem sido limitado na alimentação de aves (ABÉ, 1983).
A baixa digestibilidade e insolubilidade da farinha de penas têm sido atribuídas às pontes de hidrogênio, interações hidrofóbicas dentro da molécula de queratina e pontes de enxofre presentes na cistina, que contribuem para manter a maior estabilidade da proteína, quando atacada por enzimas (Nascimento, 2000). A farinha de penas, que será utilizada na alimentação animal, deverá passar por um processamento em que