Análise do livro : Trilogia Tebana
Édipo Rei
Primeiramente, para que se entenda a análise que aqui será abordada, é importante ter em mente o período histórico retratado por Sófocles.
A tragédia grega tem como enfoque básico a indagação sobre o "como agir" de uma sociedade, colocando em contraponto as leis familiares e as leis divinas, que geralmente são pautadas pela hierarquia de poder, defendendo o interesse da classe socialmente dominante.
A história que origina toda a trilogia começa com uma paixão proibida entre dois homens (Laio se apaixona por Críspio). O valor moral que isso representava para a sociedade e, até mesmo, para os familiares, começou a gerar uma cadeia de conflitos que dão conteúdo à peça.
O primeiro ponto a ser tratado é justamente em torno dessa paixão que, segundo o livro, faz parte do começo das histórias de amores homossexuais. Essa questão moralmente reprovável na sociedade, inclusive por grande parte da sociedade nos dias de hoje, trouxe uma série de danos à vida de Laio.
Amaldiçoado com o castigo de morrer sem deixar descendentes, Laio teve uma sanção considerada justa pelos padrões da sociedade. A grande questão é que a sociedade não é representada por todos os indivíduos, sendo ela gerida por uma minoria. Tal minoria atente prioritariamente seus devidos interesses. Visto isso, o que é justo nos padrões da sociedade, não necessariamente é o que a maioria dos indivíduos consideram.
Apesar da predestinação, Laio casa-se com Jocasta, torna-se rei de Tebas e pai de um menino. Para fugir de algum castigo dos deuses por sua desobediência, Laio manda sua esposa entregar o recém-nascido e abandoná-lo para morrer. Tudo isso guiado pelo medo de uma sanção divina. Isso deixa claro que a sociedade se divide entre os poderes e direitos dos homens e dos deuses.
Jocasta cumpre a ordem do marido, deixando evidente um resquício de submissão por parte dela perante seu marido,