Análise do livro Microfísica do Poder
Num primeiro momento, Focault permeia uma relação tríade entre o direito, o poder e a verdade, e estabelece que estes não devam dissociar-se, já que sua atuação se dá de modo concomitante. Através do poder (estruturado quanto suas múltiplas formas: Estado, família, escola, etc.) é imposta à sociedade uma busca incessante pela verdade, em outras palavras, torna-se necessário a vivencia em prol da avaliação, da censura e da coerção em todo tipo de relação macro ou micro de poder. Entretanto, é equivocada a afirmação de que o poder ocorre exclusivamente do centro à periferia ou de cima para baixo, quando na verdade o mesmo advém de múltiplas maneiras. Traçando-se um exemplo que justifique tal situação, tem-se que: ao representar uma estrutura piramidal no que tange às escalas de poder, considera-se o governo como sendo o ápice de tal estrutura e os contribuintes, a base. É certo que apesar de dada hierarquia, ambos os elementos (governo e contribuintes) condicionam-se reciprocamente. Assim sendo, conforme explica o próprio autor, o poder em si não existe, mas sim sua prática, assim como também não há um dono daquele, visto que o mesmo não se dá em via de mão única. Do contrário, ele é algo circulante que perpassa a todos, em forma de cadeia, deste modo as micropráticas do poder seriam as relações deste (poder) estabelecidas além dos limites do Estado.
Para se conceber uma correta análise acerca das relações de poder, é necessário levar em conta certo cuidados