Análise do filme Delírios de Consumo de Becky Bloom (Confessions Of A Shopaholic; 2009)
Em relação ao efeito do controle ideológico capitalista sobre Rebecca, que incorpora um estereótipo bastante comum nos dias atuais, vemos na cena em que ela entra numa loja “enfeitiçada” por uma écharpe verde um diálogo entre o produto (isca de consumo) e o consumidor (Becky, o alvo de consumo). Isto nos mostra basicamente como atua na mente do cidadão que vive numa sociedade capitalista o estímulo ideológico ao consumo, usando o psicológico como objeto a ser manipulado.
“a indústria cultural fabrica produtos cuja finalidade é a de serem trocados por moeda; promove a deturpação e a degradação do gosto popular; simplifica ao máximo seus produtos, de modo a obter uma atitude sempre passiva do consumidor; assume uma atitude paternalista, dirigindo o consumidor ao invés de colocar-se a sua disposição.” Pode-se então concluir que a indústria cultural, objetivando lucro, distorce a imagem do que é e do que não é necessário para o indivíduo, utilizando-se de marcas e preços (liquidações, por exemplo), persuadindo o consumidor a consumir. Caracteriza-se assim uma forma de alienação: do que eu preciso, do que eu não preciso? Em outra cena, Becky é convidada a um evento onde poderá encontrar Alette Naylor. Seu plano é surpreendê-la de modo a estar mais próxima de ser transferida da revista de economia em que trabalha para a revista de moda de seus sonhos. Sua primeira reação é a aparente necessidade de comprar um novo vestido. A amiga consegue impedi-la e sugere um vestido já comprado. Rebecca aceita a ideia, dizendo ter esquecido que tinha o vestido. Aqui fica explícita a menção que se relaciona à deturpação do que é necessário ou não para o indivíduo na sociedade capitalista. Os meios de comunicação de massa como a televisão, o