Análise do filme cisne negro segundo uma visão psicanalítica

Análise do filme Cisne Negro segundo uma visão Psicanalítica

O que vemos de maneira marcante no filme é a relação doentia de Nina e sua mãe. Uma observação interessante está no fato de que a mãe de Nina é a única no filme que não possui nome próprio, nos revelando que sua identidade se encontra no seu papel materno em si e não em um ser próprio. Sua mãe vive através da filha, não tem vida própria, não conhece ninguém, também não há quem faça o papel de pai, para que tirasse essa mãe desse ligamento único com a filha. Ela também inveja e projeta na filha tudo aquilo que não conseguiu ser, pois em uma cena disse que desistiu da carreira para tê-la, ou seja, a experiência do nascimento de Nina significou morte para a ela, sentir então significaria morte. A mãe então passa a viver apenas pela realização do seu ideal narcísico projetado na filha. Assim, Nina tem uma mãe que a rejeita, apesar de dizer (de maneira incoerente com suas expressões corporais) que ela é sua “menina doce” e dizer que a ama quando ela consegue o papel de rainha do “Lago dos Cisnes”. Essa maneira da mãe tratar Nina, uma hora dizendo que ela é “menina doce”, que a ama, mas ao mesmo tempo culpando-a por ter arruinado sua carreira de bailarina, e vive triste pela casa apenas sugando toda a vida de Nina pode ser considerada uma relação de duplo vínculo e que, segundo a psicanálise gera esquizofrenia. Nina não tem vida própria e seu ego é bastante frágil, pois não consegue mediar entre as aspirações e exigências do ID (“cisne negro”, seu lado mais instintivo ou como disse Thomas, um “impulso sombrio”) e o Superego (“cisne branco”, a “menina doce”, perfeita). Assim como também não suporta esta cisão entre bem e mal, entre a mãe boa que cuidou dela e mãe má que a obriga a ser perfeita, a ser a melhor bailarina. O que na verdade Nina deseja (e qualquer filho/a) é receber o amor da mãe, pois se isso acontecesse prevaleceria a mãe boa e a filha poderia integrar seu