Análise do Filme Bilú e João
Departamento de Teoria e Fundamentos – Psicologia da Educação
Análise do Filme Bilú e João
Referência
LUND, Katia. Bilú e João. Brasil, 22 minutos. In CHAREF, M.et al. Crianças Invisíveis. EUA/Itália/ França, 124 minutos, 2005.
Análise
O filme mostra o cotidiano de dois irmãos Bilú e João, que vivem em uma favela de uma grande cidade brasileira, que de modo divertido fazem pequenos bicos, recolhendo papelão, latinhas de alumínio e outros objetos recicláveis, para que com a venda desses objetos possam comprar tijolos e ajudar no sustento da família.
Pode se observar como os brasileiros já desde criança demonstram uma criatividade nata e conseguem ser muito versáteis. Porém retrata uma visão superficial da realidade brasileira, sem crianças abandonadas nas ruas, sem drogas, sem roubos, somente o aceitável, crianças inseridas no mundo do trabalho, recolhendo alumínio e papelão e fazendo pequenos transportes, tudo por uma vida melhor.
De acordo com Piaget a formação de esquemas mentais de ação se dá mediante ações sobre objetos do ambiente físico e social, que são fatores que promovem o potencial inteligente e a construção de conhecimentos e da sociabilidade. No filme Bilu e João atuam sua desenvoltura na construção operatória concreta, que é a fase em que a criança inicia sua construção lógica, estabelece relações, interage e opina. É visto no filme, quando as crianças percebem que na circulação e nas trocas, tudo tem seu valor, ao perceberem que utilizando a carroça, igual às outras crianças, podiam facilitar o transporte da mercadoria. E também a construção operatória formal, que é realizar as operações no plano das ideias, sem necessitar de manipulação ou referências concretas, visto quando improvisam o jogo na feira e cobram para que os outros também joguem. De certa forma pode se dizer que seus comportamentos cognitivos são pensamentos concretos, não esperando nada no amanhã, sempre vivendo o que