Análise do enredo do livro Lucíola, de José de Alencar

Análise do enredo da obra Lucíola, de José de Alencar

A história se passa na metade do século XIX, segundo reinado, na cidade do Rio de Janeiro. Esta, então capital brasileira. No romance, José de Alencar procura reproduzir os padrões da sociedade que passava por uma profunda transformação. A literatura romântica, de início, buscava construir uma identidade brasileira, de modo que o plano de fundo de muitas obras deste século é a capital, sempre à mostra seus pontos positivos. Suas obras deste período apresentam sempre um conflito entre o indivíduo e a sociedade. A classe social caracterizada na obra é a burguesa. Essa era a financiadora das produções literárias e a classe a qual pertencia o autor. Apenas esta camada era alfabetizada naquela época, visto que o restante da população era toda ou parcialmente analfabeta.
A heroína romântica é, geralmente, uma moça educada, de boa condição social, boa educação e financeiramente estável, de intensos sentimentos. Idealizada. Lúcia é uma cortesã, o que, a priori, a faria fugir do estereótipo romântico de mulher. Entretanto, ainda é considerada uma heroína romântica, segundo o professor João Amalio Ribas (Joãozinho), do Colégio Acesso de Curitiba (PR), pois Lúcia é uma personagem idealizada. Transforma-se, ao longo da narrativa, numa mulher que atende ao padrão romântico de heroína. Lúcia, fatal e demoníaca mulher. Maria da Glória, típica heroína romântica.
A personagem é uma assídua leitora, característica explicitada no capítulo XV quando Lúcia tem em mãos o livro A Dama das Camélias, muito conhecido à época; e no capítulo XVII quando após quinze dias sem ver Lúcia, Paulo a distrai com leitura. Esta característica é posta por Alencar visando às mulheres, que naqueles tempos, condicionadas por pais e maridos, não sabiam ler ou escrever em sua maioria. O conflito entre o indivíduo e as convenções é posto num patamar de observação de destaque, pois além da sociedade, os personagens Paulo e Lúcia têm em si os