Análise do documentário com os textos
Robert Castel em As Transformações da Questão Social diz que a nova questão social hoje é o questionamento da função integradora do trabalho. O trabalho, pelo menos teoricamente, integraria o indivíduo à sociedade e o indivíduo estaria com seus direitos trabalhistas garantidos pelos sindicatos. No entanto, na prática, não é assim que funciona, o liberalismo econômico faz com que o Estado tenha uma política de garantir livre acesso ao trabalho, mas, ao mesmo tempo se recuse a garantir trabalho a todos, fazendo assim com que parte da população fique desempregada, ou seja, como o trabalho não é garantido, a integração do indivíduo à sociedade é comprometida. Já os sindicatos que supostamente foram criados para garantir os direitos dos trabalhadores, só funcionam de acordo com os interesses do Estado, pois, como mostra o documentário “Catastroika- a privatização vem a público”, quando os sindicatos ameaçam os planos do Estado, a autoridade do sindicato é desrespeitada e os direitos dos trabalhadores são violados.
O documentário Catastroika mostra as estratégias do governo de privatizar bens públicos para garantir o acúmulo de lucro por parte do setor privado. A privatização da água, por exemplo, amplia a participação do setor privado na gestão da água, trazendo como consequências o aumento da tarifa e a piora na qualidade do serviço prestado à população, o que faz com que parte das pessoas que não possuem recursos financeiros para arcar com as despesas do aumento do preço da água passem a viver em condições precárias.
Para impor a privatização, o governo causa propositalmente, o endividamento do país, para que com a crise financeira possam convencer a população de que a melhor solução está em vender todos os bens que o país possui, ou seja, a dívida torna-se um pretexto para as privatizações.
A democracia é condicionada, a vontade do povo, além de manipulada é desrespeitada quando atrapalha os planos do Estado.