Análise do discurso
De acordo com Brandão, os anos 50 foram decisivos para a constituição de uma análise do discurso enquanto disciplina. A análise enquanto discurso é interação , um modo de produção social e suporte de pensamento. Brandão em sua obra propõe um percurso teórico para guiar o leitor e levá-lo da abordagem tradicional do estudo da linguagem a um enfoque articulador entre o linguístico e o social. No seu livro, “Introdução à Análise do Discurso”, Brandão de forma clara e didática estabelece uma relação entre os conceitos de linguistas e analistas do discurso, leva o leitor à intimidade com a base teórica e origem da disciplina.
No segundo Capítulo do livro, com o título “Sobre a noção de sujeito”, Brandão inicia abordando as duas tendências sobre estudos da língua, a clássica, que a língua tinha como função representar o real, e numa segunda fase, para uma vertente de linguistas e filósofos da linguagem isso deixa de ser fundamental, e faz com que se possa ver a língua com uma nova perspectiva, com uma constituição de subjetividade.
Brandão no início do segundo capítulo, coloca em evidência o contraponto entre as posições de Eni Orlandi, onde as relações iterativas passam a compreender um sujeito incompleto, que busca na sua relação com o Outro a completude e a posição e a de Benveniste estabelece o ego como centro de enunciação.
Deixando de lado a fundamentação de outros teóricos, a autora se despe de forma mais precisa, clara e objetiva para poder evidenciar a questão da estratégia de mascaramento do sujeito, para firmar sua opinião de que a subjetividade é inerente a toda linguagem, sendo constituída mesmo quando não se anuncia o ‘eu’.
Expressando sua opinião, a autora no decorrer do capítulo fala também de outras visões diferentes de noção de sujeito e incita um processo interdisciplinar ao leitor, propondo-o a analisar outras teorias já existentes, para que o mesmo