Análise do conto Uma branca sombra pálida, de Lygia Fagundes Telles
A obra de Lygia Fagundes Telles e a análise do conto Uma branca sombra pálida.
Lygia Fagundes Telles dizia que: "o ser humano é incontrolável, indefinível e inacessível,(…) por mais que você procure se aproximar do ser humano, ele nos escapa. Como a própria morte". É a busca por atingir seres humanos em seu mais profundo aspecto de angústia e conflitos interiores que Lygia acha os temas de suas narrativas, é a procura de explicar o que muitas vezes nos parece inexplicável e inacessível, que se encontra a essência da obra da escritora. Mas, como ela mesma declara, essa essência é inacessível, daí seus inúmeros personagens se envolverem em dramas “em que a “atmosfera” joga um papel decisivo”.1
Lygia mostra, então, “jogar” com essa atmosfera e obedecer às regras do inexplicável: "na infância, um mistério me puxou pela manga. Desde então o indefinível sempre me atraiu". O suspense se configura em grande número de seus contos, seus personagens mergulham em um universo íntimo, pleno de seus dramas interiores e com um grande medo de se enfrentarem com o “eu” verdadeiro. Daí a atuação do elemento que suspende o leitor e o conduz pelo ambiente sem definições e esclarecimentos desses conturbados seres humanos.
A opressão externa provoca uma relação antagônica com o indivíduo anônimo, (que Lygia escolheu para tecer suas obras) esmagando-o dentro de si, envolvendo-o numa ação de expectativa até o momento decisivo da grande revelação de si mesmo. Por isso estão interiormente desesperadas, perdidas, assustadas e até mesmo isoladas do mundo exterior.
Através da leitura do conto Uma branca sombra pálida, vamos analisar aspectos da estrutura do conto em questão e da obra da escritora. Este conto faz parte da coletânea A noite escura e mais eu, de 1995. A mãe de Gina conta a história da filha entre flashes enquanto via ao cemitério depositar rosas brancas no túmulo da moça. A narração via se