Análise do conto TOC TOC TOC TOC
COORDENADORIA DE CÓDIGOS E LINGUAGENS
LICENCIATURA EM LETRAS PORTUGUÊS
LITERATURA EM LÍNGUA PORTUGUESA IV Profª. Drª Andréia Delmaschio Data: 07/07/15
Alunos: Vandique Torres Magalhães, Willian Liphaus Almeida, Roberta Tropiano
Realismo e naturalismo nos textos dos irmãos Azevedo O fragmento de texto de “O Mulato”, de Aluísio Azevedo, e a crônica “Toc, Toc, Toc, Toc”, do irmão Artur Azevedo, têm em comum o fato de ambos serem naturalistas e ao mesmo tempo realistas. O início do excerto do texto de O Mulato, por exemplo, é eminentemente realista, já que traz uma oposição ao idealismo romântico. Isso pode ser notado na apresentação inicial do texto, no diálogo entre os personagens Ana Rosa e Raimundo. O trecho assemelha-se em muito ao início de uma obra romântica, mas depois essa ideia sucumbe a um desfecho que poderíamos considerar naturalista, já que se trata de uma relação na qual a sensualidade e o instinto sexual desempenham papel relevante entre os personagens. A mesma análise se pode fazer de "Toc, Toc, Toc, Toc", pois no início da crônica a descrição se parece em muito a uma obra romântica. O desfecho final, porém, não é nada convencional. Muito ao contrário, faz uma ironia, beirando o sarcasmo, pelo fato de o personagem Borges só descobrir ao final que a sua amada não tinha uma das pernas, ou seja, que ela tinha uma perna de pau.
Ambos os textos abusam de figuras de linguagem, como metáforas em “na doce reclusão daquele quarto” (“O Mulato”), quando Raimundo, ainda em dúvida, estava sob aquela atmosfera erótica. O texto "Toc, Toc, Toc, Toc", não fica atrás e apresenta metáforas como “É a criatura mais doce...” no momento em que o melhor amigo de Borges, o Ventura, opina sobre o seu pretenso amor. Outra metáfora surge quando Borges, ao final do conto, faz uma comparação e diz: “Que me importa que tenhas uma perna de pau, se tens um coração de ouro?”. Depois