Análise do conto “os três reinos” de josé régio
Conhecido na literatura portuguesa como um dos fundadores da Revista e Geração Presença (a que veio destacar a importância dos poetas da Orpheu), José Régio configurou sua obra na conjugação da poesia, do teatro e da prosa de ficção. Era, aliás, um dos propósitos do seu grupo mostrar o talento do português para o romance, ao contrário do veredicto Camiliano “confessemos todos em voz alta uma dolorosa verdade: nós, os portugueses, não nos ajeitamos com o romance”. Importa lembrar, em José Régio, sua recusa à literatura livresca, sua proposição de uma Literatura Viva. A acreditar que toda poesia seria autobiográfica, no que concerne à conjugação memória x invenção, terminaríamos com a fórmula pessoana, “O Poeta é um Fingidor”; mas quando a voz lírica do narrador representa a do poeta/autor e quando se constitui o discurso simulado. José Régio se expressou em vários gêneros literários, pois não aceitava entre eles a delimitação aristotélica. Conforme Luiz Piva há um sentido de teatralidade que penetra tudo o que escreveu: viveiro de conflitos vivia em perpétua tensão consigo mesmo e esse dualismo antagônico é o eixo em torno do qual gravita a arte do poeta que é a sede antitética dessa antinomia imanente: jogo de forças obscuras onde o elo individual está sempre em confronto com o eu social, enigma subterrâneo e veículo da expressão artística. Assim, como se dedicou em vários gêneros, neste trabalho vimos em específico estudar contos dessa literatura. Diz-se que o conto se define pela sua pequena extensão. Mais curto que a novela ou o romance, o conto tem uma estrutura fechada, desenvolve uma história e tem apenas um clímax. Num romance, a trama desdobra-se em conflitos secundários, o que não acontece com o conto. O conto é conciso, apresenta um conflito central, quando neste conto por exemplo, que morre seus dois filhos legítimos que assumiriam o reino. E agora quem governará o reino, seus inimigos, com