Análise do conto “amor, corte e costura” de cintia moscovich.
568 palavras
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Amor, memória, corte e costura. O conto de Cíntia Moscovich se apresenta para nós dotado de simbolismos como, por exemplo, a tesoura que aparece logo no primeiro parágrafo, na mitologia grega está associada às Moiras (deusas que detêm o poder sobre o destino dos homens), que se utilizam da tesoura para “cortar a linha da vida”, ou seja, para determinar o final da vida terrena. Também a boneca associada principalmente à infância. Ante uma narrativa simples de enredo trivial e simples a autora nos tráz a ruptura do cotidiano da costureira Helena, personagem esférica, com maior grau de complexidade do que a personagem plana da madrasta e capaz de nos surpreender (Candido, Forster). A personagem tem seu equilíbrio e a ordem de seu mundo rompido pela presença de uma menina em seu ateliê. A ação do conto é de um viés psicológico, a personagem Helena nos intriga em nosso primeiro contato com sua aparente fragilidade. Segundo Cortazar o que define se um conto é bom ou ruim é a capacidade que o tema tem de intrigar o leitor através das conexões, dos sentimentos e das ideias que desperta. Para ele, a tensão e a intensidade são elementos fundamentais na composição de um conto, sendo a intensidade, a eliminação de tensões intermediárias e a tensão, a intensidade com que o autor guia o leitor ao que conta. "Amor, corte e costura" desperta no leitor a curiosidade sobre o que teria levado Helena a ser tão atingida pela presença da menina. O que isso tráz a sua memória e a leva a um comportamento por vezes maternal em relação à criança? Ainda segundo Cortazar “os fatos em si carecem de importância, que tudo está nas forças que os desencadeiam, na malha sutil que os precedeu e os acompanha.” Somos levados lentamente até o clímax do conto. A ordem é de grande importância no desenrolar do enredo, quando o equilíbrio é quebrado através do incidente com o alfinete, somos jogados até o passado de Helena onde nada fica claro devido ao foco interno que