Análise do cenário político do Egito
Rio de Janeiro
2013
O jornalismo, segundo João Batista Natali, já nasceu internacional como forma de coletar e propagar notícias feitas em lugares distantes durante o período do Mercantilismo. As informações eram comercializadas e, por meios delas, era possível realizar decisões com base em dados políticos e econômicos mais recentes, diminuindo assim os riscos (NATALI, 2004). Com o desenvolvimento do jornalismo internacional no século XIX, revistas e jornais buscaram obter mais informações, porém com custo mais reduzido, logo a ideia de agência de notícias (pools) surgiu para resolver a questão informação versus custo.
Por outro lado, o correspondente ou enviado especial passou a ser um diferencial de peso na produção de reportagens internacionais, principalmente, para o leitor. Isto porque, o público desta seção é mais crítico, “possui critérios menos provincianos e mais metropolitanos de interesse” (NATALI, 2004. p.26). Então, há uma exigência muita grande dos redatores das editorais internacionais, assim como a qualificação do jornalista desta editoria. O jornalista internacional precisa ser capaz de lidar com diversos tipos de problemas, habilidade de associar geografia, história e cultura das regiões onde trabalha, além de saber línguas estrangeiras.
Nesse sentido, a seguinte análise tem como objetivo precípuo comparar a cobertura jornalística do atual cenário político no Egito, tendo como ponto de partida três veículos de grande circulação e influência: o jornal O Globo e as revistas Época e Carta Capital.
Egito antes do golpe militar – O Globo
O caderno “Mundo” do jornal O Globo em sua edição do dia 1º de julho de 2013 trouxe em sua capa uma gigantesca foto da Praça Tahrir, no Cairo, tomada por egípcios exigindo a renúncia do então presidente do país, Mohamed Mursi. Com fogos de artifício, bandeiras do Egito e uma aglomeração de