Análise de poemas de Willian Shakespeare
SONETO 10
Envergonha-te de negar que não ames,
Tu que és tão imprudente;
Aceita, se quiseres, ser amada por tantos,
Mas é certo que não ames ninguém;
Pois tens um ódio tão mortal,
Que apenas contra ti mesma não conspiras,
Buscando arruinar este nobre teto,
Que tanto desejas consertar:
Ah, muda teu pensamento que mudarei o meu!
Deve o ódio ter mais reservas do que o amor?
Sê como tua presença, gentil e graciosa;
Ou a ti, ao menos, te proves amável,
Sê outra pelo amor que tens por mim,
Para que a beleza continue a viver em ti
Assim como os demais sonetos de Shakespeare, o soneto 10 transgride a estrutura dos sonetos tradicionais e não há rimas em seus versos e a metrificação é desigual em todo o poema. Inicialmente, o eu-lírico repreende sua amada por ela envergonhar-se de amar, chama-a de imprudente, aconselhando-a a mudar seu proceder leviano em virtude de ser considerada digna das pessoas amarem-na , embora ele concorde que sua atitudes insensatas demonstram não amar ninguém. Por conseguinte, o poeta afirma que ela procura destruir o seu lar com sentimentos nocivos e com uma maldade que somente a ela mesma não pode prejudicar. Em ato de humildade, suplica para que ela possa rever suas atitudes e transforma-se em uma pessoa melhor, indagando-se que o amor não pode ser vencido pelo ódio. Busca constantemente aconselhá-la na esperança que mude, pedindo-lhe que seja como sua presença que encanta pela gentileza e graça. No final, implora mais uma vez que ela se transforme pelo sentimento que a une a ele, se não ele perderá o encanto que