Análise das referências bibliográficas brasileiras
No final da década 80 e início da década de 90 do século 20 havia uma grande expectativa econômica, e ao mesmo tempo, a preocupação, dos países desenvolvidos em relação aos países em desenvolvimento, com o esgotamento dos recursos naturais, que provocou diversas iniciativas em prol de conciliar o desenvolvimento econômico com a sustentabilidade do planeta. Em outras palavras, evidencia-se a preocupação com a degradação da natureza e algumas medidas são tomadas a favor do desenvolvimento sustentável (LÉVÊQUE, 1999; FERNANDEZ, 2005).
Em meio a esses acontecimentos, onde se destaca o Relatório Brundtland (1987) e a
Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento - Eco92 (1992), é publicado, em 1991, a Declaração Internacional dos Direitos à Memória da Terra, nos fazendo notar que a preservação da natureza envolve também a preservação da geodiversidade, e não apenas a biodiversidade, indo ao encontro da idéia de patrimônio total.
Nesse contexto, os geocientistas percebem que também têm responsabilidade pela salvaguarda deste patrimônio da terra e que há a necessidade de que a sociedade o conheça e reconheça. Nesse sentido, começam-se vários estudos e iniciativas, principalmente no âmbito da Unesco, que se espalham pelo mundo, mas concentram-se, especialmente, na Europa. No
Brasil pode-se dizer que um dos efeitos deste movimento são as iniciativas da Comissão
Brasileira dos Sítios Geológicos e Paleobiológicos – SIGEP, que lançou o livro Sítios
Geológicos e Paleobiológicos do Brasil (2002) e reúne outros trabalhos em sua página eletrônica visando a sua posterior publicação (SIGEP, 2007).
Contudo, mesmo com o inegável valor dessa iniciativa, percebe-se que no Brasil ainda existem poucas publicações que lidam com a valorização e preservação do patrimônio geológico. Em Portugal, talvez por localizar-se na Europa, existem muitos estudos com este enfoque, inclusive congressos e pós-graduações específicas sobre o