Análise da personagem Maria, protagonista da obra “Clay”, de James Joyce.
Análise da personagem Maria, protagonista da obra “Clay”, de James Joyce. Protagonista de um conto inserido em uma obra denominada “Dublinenses”, em português, Maria é retratada como uma cidadã irlandesa comum, com hábitos e vida comum. É uma personagem trabalhada inteiramente em cima da mediocridade. Assim, ela apresenta-se equilibrada, feia por fora, com seu corpo diminuto e face semelhante à de uma bruxa (nariz e queixo muito compridos), porém doce por dentro, sendo afável, bondosa, recatada ao mesmo tempo que simpática, trabalhadora e possuidora de certo dom para separar brigas. Ela possui um emprego que a sustenta, e aparentemente não tem intenções de ascender profissionalmente. Durante o conto, algumas passagens denotam a independência da personagem, mas não de uma forma positiva. Na verdade, essa independência está mais ligada à solidão, visto que a personagem não se casou nem teve filhos ao longo de sua existência, tendo como única “família” os meninos que ajudou a criar, Joe e Alphy, já adultos, com quem ela aparentemente passa os feriados e datas comemorativas. Tanto essa solidão quanto a falta de objetivos poderia causar certa depressão em qualquer personagem de qualquer obra, mas o que observamos em Maria é uma atitude positiva em relação ao seu estilo de vida e a si mesma, como vemos na passagem em que ela admira seu pequeno corpo no espelho. O único a perceber a insipidez da vida de Maria é Joe enquanto, durante a comemoração do Dia de Todos os Santos, essa canta uma música sobre riqueza e amor, tudo de que a mulher não dispunha. A ironia da canção é tamanha que enche os olhos do homem de lágrimas, mas além dele apenas o leitor consegue captar o quanto a escolha da música foi inapropriada para essa cantora em especial.
A junção de todos esses aspectos possibilita que o leitor perceba o total conformismo da personagem, o quanto ela ignora sua existência simples que beira o tosco. Em nenhum momento da