Análise Cinematográfica “A Testemunha (Witness, 1985)”, de Peter Weir.

O filme visto sob a perspectiva do filósofo Emile Durkheim condiz com sua teoria dos fatos sociais. Que é conceituada por todos os fenômenos que ocorrem no interior da sociedade e consiste pela maneira de agir, de pensar e de sentir, exteriores ao individuo. O mesmo é levado a se comportar de determinada maneira para inserir-se na comunidade. Esse fato fica claro quando o detetive John Book é “obrigado” a adaptar-se as tradições e costumes dos Amish. Uma comunidade cristã, pacifista e onde o uso de aparelhos eletrônicos é restringido.
“A Testemunha” apresenta também a teoria da solidariedade mecânica, que é caracterizada pela organização primitiva, em que a consciência é coletiva. Na sociedade Amish os indivíduos não são reconhecidos por sua individualidade e sim pela característica de todo o grupo. A mesma possui uma forte coerção social, mostrando-se tradicionalista e rigorosa – qualquer membro que não procedesse da forma considerada correta poderia ser banido da sociedade.
Já na cidade grande – uma sociedade mais complexa – a divisão de trabalho e as diferenças entre os indivíduos, faz com que a consciência deixe de ser coletiva. Essa tem como fundamento a solidariedade orgânica, onde há maior individualidade e uma fraca coerção social.
A obra vai além do enredo inicial,em que é abordado o crime ocorrido e a necessidade de descobrir quem o cometeu, passando a ter como tema central a coletividade da sociedade Amish, e a coerção social existente sobre seus membros e o americano John Book. É abordado também o convívio entre pessoas de “mundos” distintos, que passam a se tolerar e habituar-se a costumes diferentes.