Análise Argumentativa do Texto "Mal Estar na Civilização" de Sigmund Freud

559 palavras 3 páginas
Um ponto forte na argumentação da obra O Mal Estar na Civilização é a análise da vida em sociedade e o seu impacto no ser humano. Uma das premissas de Freud neste campo é que a vida em civilização impõe que o bem individual seja relegado ao segundo plano e submetido aos interesses do bem maior; o que é dificilmente questionado pois fica claro que a predominância da democracia e da justiça demandam que a civilização se organize de tal modo. Estes conceitos já foram explorados por outros pensadores antes de Freud como por exemplo Thomas Jefferson e Jean-Jacques Rousseau. É claro que ao se unir em sociedade, é necessário que os seres humanos prezem os interesses do grupo acima de seus interesses pessoais para que garantir a sua perpetuação. Baseado nesta premissa, Freud tira alguns pressupostos; o principal deles é que tal organização reprime os impulsos instintivos do homem, impedindo que ele satisfaça seus desejos impulsivos, sejam eles comandados por Eros (busca de prazer) ou pelo impulso agressivo. Este é um argumento difícil de discordar pois suas premissas e pressupostos estão bem fundamentados e coerentes em dimensão e abrangência.
Por outro lado, o argumento de Freud no campo de argumentação relativo aos sentimentos humanos contém uma linha de fragilidade, que nos leva a questionar o seu posicionamento e a apresentar outros pontos de vista sobre o tema. Freud utiliza como uma de suas premissas o fato de que todas as aspirações do homem se resumem a duas vontades instintivas: obter ausência de sofrimento e vivenciar intensos prazeres, e que a liberdade do homem reside na liberdade de satisfazer tais vontades. A garantia desta premissa é a autoridade da psicanálise e o resultado de suas investigações. Estas premissas e garantias já constituem um ponto de fragilidade, pois a veracidade da premissa e a legitimidade da garantia podem ser questionadas por outros campos de argumentação. Na vertente filosófica por exemplo, renomados pensadores como Kant,

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