Any Dora Marina Ipa 1
Any Trajber Waisbich Dora Tognolli Marina Kon Bilenky
A instituição psicanalítica apresenta peculiaridades quando comparada a outras instituições. Qualquer agrupamento humano, do mais simples ao mais complexo, é regulado por normas de funcionamento - que podem ou não ser nomeadas e conhecidas pelo grupo - e é constituído por um jogo de forças que lhe é característico e que diz respeito à relação entre seus membros e destes com o agrupamento. Nossa instituição agrega a esse jogo uma força especial, que consiste de transferências intensas, ativadas nas análises didáticas e que, inevitavelmente, escapam para o seu interior. Muito se comenta a respeito desta questão. Todos os envolvidos precisam lidar com os encontros fora do setting, com as informações que vazam e com uma exposição pessoal incômoda e delicada quando acontece fora do espaço privado da análise pessoal. A transferência impregna os espaços institucionais. O desejo de ser analista e a demanda por reconhecimento também investem esta instituição de expectativas e poderes que lhe são específicos. Neste trabalho buscamos aprofundar o estudo de como e do quanto a transferência interfere em nossas escolhas institucionais e, diante de sua intensidade, como se dá o desenvolvimento da autonomia, tão importante para o ofício de psicanalisar.
Dentro da Psicanálise, o conceito de transferência tem uma importância central. Desde 1890, quando Freud começava a se deparar com as questões técnicas, já havia um