ANTROPOLOGIA E DESIGN: o olhar antropológico do designer
“Se depender de mim, nunca ficarei plenamente maduro nem nas idéias nem no estilo, mas sempre verde, incompleto, experimental”
Gilberto Freyre “Tempo morto e outros tempos” - 1926
A ênfase no discurso antropológico junto aos designers foi sendo construído ao longo do tempo pela aproximação constante com os alunos, procurando sempre por respostas às suas curiosidades, questionamentos e dúvidas.
Falar de Antropologia é falar de nós mesmos, pois o sentido etimológico da palavra nos coloca no centro da questão: do grego ánthropos, - “homem”, “ser humano”, mais logia – conhecimento, do grego lógos: palavra, estudo, tratado.
O alcance dos estudos antropológicos abordam uma série de elementos constituintes de uma sociedade, ou seja, sua organização econômica, social, jurídica e política, além de seus sistemas de parentesco, religiosos, míticos, e suas criações artísticas. Sem pretender dar conta de todos esses aspectos neste texto, tomo a liberdade de comentar alguns elementos da Antropologia Cultural enfatizando como se posicionar frente à prática antropológica, ou seja, como trabalhar esta ciência no sentido de encontrar eixos que possam nortear o pesquisador/designer nas atividades projetuais. Ao antropólogo não basta o levantamento dos dados empiricamente observados, mas perceber as relações que se estabelecem entre eles, ou seja, esclarecer os nexos existentes entre os diversos fenômenos em suas manifestações, permitindo, desta forma, uma contextualização das especificidades culturais de cada grupo social ou sociedade.
Os caminhos da Antropologia podem nos levar a lugares distantes, desvendando complexas organizações culturais nos lugares mais remotos do planeta, ao mesmo tempo que pode nos trazer uma série de questionamentos sobre a nossa própria realidade. Interessa-me em particular perceber como se conduz o que podemos chamar de uma "antropologia do