Antropologia do Skate
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Departamento de Antropologia
Pesquisa de Campo em Antropologia
Skate e Preconceito uma análise sobre a composição classista no circuito do Skate
Vitor Lucianelli
Nº USP: 7197903
Vitor.lucianelli@usp.br
19.12.2013
São Paulo
Sumário
1- Introdução_____________________________ página 1
2- Quadro metodológico____________________ página 2
3- Procedimento metodológico_______________ página 8
4- Descrição e Análise_____________________ página 9
5- Conclusão____________________________ página 12
6- Bibliografia____________________________ página 14
7- Anexo________________________________ página 15
8- Censo_______________________________ página 18
1.INTRODUÇÃO
Tomarei emprestado, para começar minha exposição, uma analogia de Michel de
Certau.
Encontro-me meio a uma multidão de pedestres, em um movimento alucinado, para todos os lados e em todos os ritmos. Passam vultos coloridos, negros, pequenos e, às vezes, sob rodas. Meio à confusão do horário de pico na maior cidade do Brasil, São
Paulo, é difícil perceber trajetórias, entender percursos e intenções.
A confusão, embora figurada, se aplica quando nos referimos a grupos sociais, ou, no ambiente da metrópole, tribos urbanas¹. A ideia inicial de realizar uma pesquisa sobre um grupo que, embora seja de fácil identificação dentre a multidão de outros grupos, é muito heterogêneo em sua composição, me fez mudar de posição, buscando uma vista mais ampla. No topo de um prédio de 120 andares é que pude perceber: os padrões de movimento dos pedestres, agora do tamanho de formigas, eram facilmente mapeados, sutilmente aglutinados e, o mais interessante, funcionavam como reflexos das próprias construções que, erguendo-se imponentes, bloqueavam e regulavam o caminho. Pude perceber, então, atalhos. Caminhos evitados, caminhos preferenciais. A resignificação constante que as formiguinhas, minúsculas frente aos