Antropocentrismo
O período que precedeu o Antropocentrismo fi cou conhecido como Idade Média, tendo início com a queda do Império Romano no Ocidente e se estendendo até a tomada de Constantinopla pelos turcos Otomanos (divisão meramente didática). Subdividido em Alta Idade Média (séc. V ao XI) e Baixa Idade Média (séc. XII ao XV), marcado por invasões; pela notabilidade da cultura muçulmana; formação das línguas modernas e alicerce das nações européias; supremacia da Igreja Católica; estabelecimento das bases do mercantilismo e da expansão marítima. Por ignorância com relação aos fatos citados anteriormente, este período foi rotulado de Idade das Trevas. Porém, se analisarmos apenas o homem como ator social do processo histórico/cultural, percebemos com facilidade que a prática Teocêntrica permitiu à Igreja se impor como guardiã dos hábitos e costumes, dominando assim o espaço público e doutrinando o homem a não desobedecer os “desígnios de Deus”, leia-se, da própria Igreja.
As constantes invasões levaram os “senhores”, proprietários de terra (meio de produção), a murarem a unidade nuclear de suas propriedades e dentro destes a vida cotidiana fi cou circunscrita, em sua grande maioria. Relações servis/vassalas, trocas de mercadorias e devoção/medo a Deus eram elementos característicos do período. O custo desse modo de vida se fez perceber sobre o homem e sua relação com a política e o espaço público, alienando-o de um dos pressupostos básicos para sua formação/sociabilidade.
Ainda que a prática da construção do pensamento estivesse sob a égide da Igreja, o povo encontrava mecanismos para formar e expressar suas opiniões. Um bom exemplo foi descrito por Carlos Ginzburg em O Queijo e os Vermes.
A mudança na forma de ver o mundo e consequentemente a relação do homem com
Deus, tendo como perspectiva sua centralidade e relações sociais, passaram a ser denominadas
Antropocentrismo. Tal posicionamento levou o