antrapologia
A partir do século XVI, com o movimento das Grandes Navegações – foi proporcionada a descoberta de novos mundos e, por conseguinte, de novos povos. O homem europeu foi obrigado ao confronto visual, constatando uma profunda diferença entre eles e os habitantes dessas regiões. Os antropólogos, segundo LAPLANTINE (2000), chamariam essa constatação de confronto com a alteridade, ou seja, o outro é outro porque é diferente em relação ao que observa. A pergunta colocada naquela oportunidade aos colonizadores foi a seguinte: “aqueles que acabaram de ser descobertos pertencem à humanidade?” (LAPLANTINE, 2000, p.37). A grande questão naquela oportunidade e até no século seguinte, fruto da avaliação etnocêntrica dos europeus, foi estabelecer o estatuto de humanidade do nativo dos novos mundos a partir dos preceitos religiosos: diziam os europeus que a definição de homem estava presa à existência ou não de alma. Se tiver alma é humano. Se não tem alma não é humano. Aqui, neste momento histórico, o nativo não era o homem primitivo do início da Antropologia e nem muito menos o homem total da sua fase posterior. O nativo dos colonizadores era tratado como selvagem.
No interior dessa discussão os colonizadores, mas também estudiosos e sacerdotes, construíram duas ideologias que se destacaram naquele período: a primeira tratava o nativo como bom e o civilizado como mau; e a segunda considerava o nativo como mau e o civilizado com bom.
Ou, para ser bem fiel ao texto de