Antologia luís vaz de camões
Nunca, desde Homero, poeta algum foi tão amado pela sua nação como Camões. Porém, o maior poeta português, Luís Vaz de Camões, tem sua vida envolta de lendas. Não se tem certeza de todos os dados, sendo muitos deles baseados em suposições. O que se sabe da vida de Camões é apenas o elemento autobiográfico das alusões que esmaltam os seus versos líricos e a epopéia.
Nascido por volta de 1524 de uma família da pequena nobreza, Luís Vaz de Camões recebeu uma educação esmerada, tendo, provavelmente, cursado Humanidades em Coimbra.
Camões viveu na fase final do Renascimento europeu, um período marcado por muitas mudanças na cultura e sociedade, que assinalam o final da Idade Média e o início da Idade Moderna e a transição do feudalismo para o capitalismo. Chamou-se "renascimento" em virtude da redescoberta e revalorização das referências culturais da Antiguidade Clássica, que nortearam as mudanças deste período em direção a um ideal humanista e naturalista que afirmava a dignidade do homem, colocando-o no centro do universo, tornando-o o investigador por excelência da natureza, e privilegiando a razão e a ciência como árbitros da vida manifesta.
Camões frequentou os centros aristocráticos, onde teve acesso às obras de Petrarca - a quem toma por modelo - Bembo, Garcilaso, Ariosto, Tasso, Bernardim Ribeiro, Horácio, Virgilio, entre outros. Domina a Literatura Clássica grega e romana; lê latim, sabe italiano e escreve em castelhano. Toda essa massa heterogênea de informação convergirá para suas obras, de modo que espantam como elas se aproximam. Camões forma seu espírito no quadro do Renascimento, acabando por ser o protótipo acabado dessa mutação histórica operada na Europa dos séculos XV e XVI.
Dono de um estilo de vida boêmio, foi frequentador da Corta, viajou para o Oriente, esteve preso, passou por um naufrágio, foi também processado e terminou sua vida na miséria.
A bagagem literária deixada pelo escritor é de inestimável valor