antigone

ANTÍGONA
A tragédia escrita por Sófocles possui como enredo a oposição entre a lei positiva e a lei natural, levando em conta o seguinte questionamento: até quando a lei positiva é considerada válida? Quais são os limites da lei natural? Há uma
“harmonia” entre lei positiva e lei natural? Tais questionamentos são “respondidos” ao desenrolar da trama.
A trama se desenvolve na cidade de Tebas em que os dois filhos de Édipo
Etéocles (a favor da cidade de Tebas) e Polinices (contra a cidade de Tebas) se enfrentam em uma batalha para decidir quem governaria, porém ambos são mortos durante a batalha e Creonte (agora governante) decreta uma lei em que Etéocles deveria ser enterrado com toda honraria que lhe era disponibilizada, enquanto,
Polinices deveria ser “deixado ao acaso”, tornando-se alimento para os animais, vez que ele havia desonrado a cidade de Tebas, e assim deveria ser feito com todos aqueles que fossem contra a cidade.
É relatado que Ismênia mesmo sendo irmã de Polinices, se conforma com a lei de Creonte já que se trata de uma lei positiva de um soberano, sendo assim, nenhum cidadão de Tebas deve se opor, porém em oposição ao seu pensamento,
Antígona, não aceita tal lei, defendendo a ideia de que todo ser humano merece um enterro digno e que acima das leis de um soberano, deve prevalecer a justiça, evidenciada pela lei natural. Dessa forma, com suas próprias mãos, propicia um enterro ao seu irmão, desrespeitando as leis da autoridade vigente.
Descoberta, Antígona e também sua irmã Ismênia, (que mesmo sem participação no enterro, assume também a responsabilidade, porém não conquista a admiração de sua irmã) são levadas até Creonte. Diante de um duelo de ideias entre
Creonte (defensor da lei positiva) e Antígona (defensora da lei natural), em certo momento, esta, relata o seguinte, a respeito da lei que vigorava:

[...] não foi Zeus que a proclamou! Não foi a Justiça, sentada junto aos deuses inferiores; não, essas não são as leis