antes e depois do golpe de 1964
Uma terceira geração analisa a partir de uma ótica conjuntural, onde os setores anticomunistas articularam-se a CIA, o IPES e o IBAD para conspirarem contra o governo. Na verdade, manifestações sociais mais autônomas, que sempre foram mal interpretadas e absorvidas pelo processo político brasileiro, no governo de João Goulart cresceram em número e diversidade e ganharam maior densidade e capacidade de pressão. Na esfera da sociedade civil, no campo do reformismo social, destacaram-se, por exemplo, a atuação cotidiana das ligas camponesas, do movimento estudantil e das organizações sindicais. Em uma conjuntura marcada pela guerra fria, o crescimento expressivo causado por manifestações de setores dessas associações reivindicando reformulações expressivas nas políticas publica social e na relação governamental com os investidores estrangeiros, contribuiu para o adensamento de uma polarização política bastante peculiar. Entende que o caráter preventivo do golpe efetivou-se por uma articulação precisa dos setores conservadores. Para o autor, às vésperas de 1964, o Governo Goulart foi submetido a um tríplice confronto: com os setores