Antero de Quental “A um Poeta"
No poema de Antero de Quental “A um Poeta”, apresenta-se como tema o Poeta, esse poema, fala que depois de ter acordado por ser pleno dia e de ter escutado o clamor das multidões, o poeta deve erguer-se, tal como os seus irmãos, transformado já em "soldado do Futuro". Soldado, porque integrado nas multidões que se preparam para a revolução e do Futuro, porque se opõe ao poeta do presente que dorme, longe desta luta que deflagra com canções de uma nova poesia. Antero de Quental apresenta-se como o profeta, tal como o da Bíblia que diz "Surge et ambula!" (Ergue-te e caminha), que anuncia um mundo novo, do qual o poeta deve ser o mensageiro e aquele que indica o caminho a seguir pelas multidões.
O poeta critica a uniformidade do ser humano, alertando-o para as inúmeras oportunidades que o mundo lhe reserva, assim, apresenta um discurso de esperança na espécie, “Um mundo novo espera só um aceno” e ao mesmo tempo atuando como orientador, “Acorda! é tempo! O sol, já alto e pleno”, ou seja, chega de acabar com esta certa monotonia, incitando á criatividade e às oportunidades. Os aspectos estilísticos mais relevantes neste são a comparação, entre o poeta e um sacerdote, as aliterações em `s´, a rima interpolada e a rima emparelhada.
Soneto pertence à fase mais combativa de Antero, reflete sobre a condição humana, sobretudo no papel do poeta enquanto força vital das mudanças operadas nas consciências e na sociedade da Geração de 70, e também pelo facto de se localizar no anti romantismo.