Anjos do Sol
A perda da infância vem no fato de que ela precisa se virar sozinha no meio da mata. É visível a inocência quando a Inês diz “é, você vai ter que dar” e Maria não compreende e também quando comenta que não sabe porque as pessoas gostam de sexo porque doí tanto.
É perceptível a continuidade dessa infância quando todas estão brincando de sombra e o riso é inocente e também há o fator do quanto elas prezam pela liberdade nessa cena, pois faz um pássaro, um signo com o significante de liberdade.
Os cafetões não percebem, mas também são explorados, eles vivem à custa dos homens que compram as meninas no leilão e acham que estão dando uma vida melhor para todas, pois dão roupas e perfumes e comida. Há meninas que se deixam ser exploradas, que gostam disso e ainda acha que encontrarão um homem para casar no bordel.
É exposto bem a diferença entre a exploração no interior e na cidade grande. Em cidades grandes a exploração vai de livre e espontânea vontade, enquanto no interior elas são vendidas sem mal saber o que vão fazer. A forma como expõe o corpo é diferente. Enquanto no interior a prostituta está no quarto e o homem só chega e faz o que quer, na cidade grande a mulher faz uma publicidade do seu corpo para que o cliente se interesse e faça sexo com ela.
Maria sofre em todo o decorrer do filme e percebe que em todo lugar ela sempre será o produto e ao fim não se tem uma resposta concreta sobre o que será da vida, até porque nem Maria sabe. Mas o que sabemos é que agora ela é dona do próprio corpo.