Anel de vidro
O anel de vidro.
Nome dos participantes:
Rafaela da Costa, Thalita Paixão, Fernanda de Aro, Julia Domingues e Winne Ranikelly.
Poema:
Aquele pequenino anel que tu me deste,
- Ai de mim - era vidro e logo se quebrou
Assim também o eterno amor que prometeste,
- Eterno! era bem pouco e cedo se acabou.
Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou, -
Aquele pequenino anel que tu me deste,
- Ai de mim - era vidro e logo se quebrou.
Não me turbou, porém, o despeito que investe
Gritando maldições contra aquilo que amou.
De ti conservo no peito a saudade celeste
Como também guardei o pó que me ficou
Daquele pequenino anel que tu me deste.
Autor:
Manuel Bandeira
Biografia do autor:
Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho nasceu no Recife no dia 19 de abril de 1886. Foi poeta brasileiro. "Vou-me Embora pra Pasárgada" é um dos seus mais famosos poemas. Foi também professor de Literatura, crítico literário e crítico de arte. Inicialmente interessado em música e arquitetura, descobriu a poesia por acaso, na condição de doente, em repouso, para tratamento de uma tuberculose. Os temas mais comuns de sua obra, são entre outros, a paixão pela vida, a morte, o amor e o erotismo, a solidão, o cotidiano e a infância. Morreu aos 82 anos, no Rio de Janeiro em 13 de outubro de 1968.
Análise do poema:
O valor que aquele anel tinha para ela era o mesmo que o amor. Para ela, a saudade que ela sentia, se firmava no anel, que enquanto o amor existisse, o anel também existiria. Desse modo, o quebrar do anel significa o fim do amor, o fim daquilo que ela tanto cultivou e que pensou ser eterno, se quebrou, e que acabou. De outro modo, o anel representava o próprio amor que o rapaz sentia por ela, por deixá-la só, e ir à guerra (como era costume no tempo em que a poesia fora escrita), o amor, que não foi conservado, tratado, se acabou. O amor que o rapaz dera não era forte, era de vidro, frágil, fraco,