ANDERSON, Perry. Linhagens do Estado Absolutista. 3ª Ed. São Paulo: Brasiliense, 1985. P. 07-57.
2885 palavras
12 páginas
FACULDADE ESTADUAL DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE UNIÃO DA VITÓRIA – CAMPUS UNESPAR.Maio de 2014.
RESENHA:
ANDERSON, Perry. Linhagens do Estado Absolutista. 3ª Ed. São Paulo: Brasiliense, 1985. P. 07-57.
O autor propõe um trabalho onde discorra sobre as origens do Estado absolutista na Europa. O tema, que fora objeto de historiadores e filósofos marxistas, não ganhara ainda profundidade para ser compreendido, devido ao fato de estar sendo tratado de uma forma quase anacrônica, de maneira isolada, sem a devida menção à temporalidade e ao espaço onde o fenômeno ocorre. O absolutismo tomou diversas formas em seus diferentes espaços. Desta forma, seria inconveniente estuda-lo de maneira geral, tanto quanto seria problemático estuda-lo de forma isolada, sem mencionar as devidas interconexões entre os díspares regimes. Havemos de separa-lo em dois campos: o abstrato e o concreto. No âmbito mais concreto, o tema encontra três dificuldades maiores: a ancestralidade (problema da consciência histórica, de olhar para o passado com a lógica presente); a territorial (esquecendo que os regimes absolutistas aconteceram sem as atuais limitações de espaço); e a escolha do objeto (tratando o absolutismo como um tema já consolidado, através dos parâmetros consolidados). O autor nos mostra em uma breve passagem exemplos que podem esclarecer o que afirmamos:
O absolutismo espanhol sofreu sua primeira grande derrota em fins do século XVI, nos Países Baixos; o absolutismo inglês foi derrubado em meados do século XVII; o absolutismo francês durou até o final do século XVIII; o absolutismo prussiano sobreviveu até um período avançado do século XIX; o absolutismo russo só foi derrubado no século XX.
(...) A história do absolutismo tem múltiplos e sobrepostos pontos de partida e pontos finais díspares e escalonados. (p. 10).
O autor nos mostra, por via de exemplos, a total impossibilidade de elaborar a ideia de um sistema absolutista único, dada a temporalidade e os