Anatomia de cyperaceae
Anatomia e ultra-estrutura foliar de Cyperus maritimus Poir. (Cyperaceae): estratégias adaptativas ao ambiente de dunas litorâneas1
Shirley Martins2,4, Silvia Rodrigues Machado3 e Marccus Alves2
Recebido em 14/02/2007. Aceito em 10/07/2007
RESUMO – (Anatomia e ultra-estrutura foliar de Cyperus maritimus Poir. (Cyperaceae): estratégias adaptativas ao ambiente de dunas litorâneas). Foram analisados aspectos anatômicos e ultra-estruturais foliares de Cyperus maritimus Poir. visando identificar caracteres adaptativos ao ambiente de dunas litorâneas. Para isto, indivíduos ocorrentes nas dunas da Praia de Pipa, Rio Grande do Norte, Brasil, tiveram as folhas submetidas a diferentes análises: microscopia de luz, eletrônica de varredura e de transmissão. Em vista frontal, a epiderme possui tricomas unicelulares, corpos de sílica, cutícula estriada e depósitos de cera. Em secção transversal, a epiderme é unisseriada com parede periclinal externa espessa. Os estômatos são paracíticos, podendo o ostíolo estar obstruído por cera. Abaixo da face adaxial observa-se o parênquima aqüífero. Os feixes vasculares ocorrem em múltiplas fileiras, sendo as periféricas compostas por feixes de diâmetro menor que os feixes da fileira central. Foram observados caracteres relacionados à síndrome Kranz do tipo clorociperóide.
Aspectos ultra-estruturais, como cloroplastos presentes na bainha do feixe, esses sem grana evidentes, entre outras características, reforçam a possível ocorrência da via C4 nesta espécie. É a primeira citação para o gênero Cyperus de cloroplasto nas celulas do tecido vascular. Neste trabalho foi possível observar vários caracteres importantes para plantas submetidas a estresse hídrico e salino, como: cera, células epidérmicas com parede periclinal externa espessada, parênquima aqüífero e síndrome Kranz.
Palavras-chave: Cyperus, Kranz, anatomia, ultra-estrutura, salinidade
ABSTRACT – (Leaf anatomy and ultrastructure