Analise e conjuntura Brasileira
O Plano Real marcou o início de importantes transformações no sistema bancário brasileiro. As perdas dos lucros com o float de recursos, após o fim da inflação alta e crônica, seguiram-se os sérios problemas no setor entre 1995 – 1996, cuja solução contou com programas governamentais para estimular a reestruturação. Na seqüência, iniciou-se a implementação de medidas nas áreas de regulamentação prudencial, supervisão e fiscalização para garantir a solidez e a segurança do sistema financeiro.
No início da implantação do Real, no governo Itamar Franco, com FHC à frente do Ministério da Fazenda, era enfatizado três principais objetivos buscados com o Plano: i) a inflação em trajetória declinante; ii) o crescimento sustentado a longo prazo do PIB, dos investimentos, do emprego e da produtividade; e iii) a redução dos desequilíbrios sociais de maneira relevante.
Dez anos depois, uma análise desapaixonada mostra que dos três objetivos principais do Plano, apenas o primeiro foi plenamente atingido, visto que de uma inflação de 2.564,01% em 1993 passamos para índices anuais de inflação de apenas um dígito na maioria desses dez anos.
E mais, a queda da inflação se deu beneficiando principalmente a população pobre, que não tinha como se defender da corrosão do poder de compra de seu salário ocasionado pelo processo de super inflação, segundo alguns, ou da hiperinflação, segundo outros estudiosos e analistas de conjuntura. Além disto, no período a cesta básica subiu menos que a inflação e até menos que a elevação do valor do salário mínimo.
O Plano Real e a estabilização das taxas de inflação foram, sem duvida, os principais eventos na seara econômica no decorrer da década de 90. Importante salientar, no entanto, que o plano e seus desdobramentos posteriores foram concebidos a partir dos mesmos idéias “neoliberais” que pautaram os programas de estabilização de nossos vizinhos latinos, qual sejam: aumento acelerado das importações de bens, serviços e capitais,