Analise textual
Em seus versos, Vandré cita a luta armada e a imobilidade das pessoas que defendiam a diplomacia, critica os movimentos que pregavam ‚paz e amor‛, mostrando que de nada adiantava ‚falar de flores‛ àqueles que atacam com armas. Por esse motivo, a canção foi proibida e Geraldo Vandré o texto é lugar de interação de sujeitos sociais, os quais, dialogicamente, nele se constituem e são constituídos. A música de Vandré é um texto que busca interagir com a sociedade, com a intenção de despertar as pessoas que assim como ele estão vivendo sob o jugo da ditadura, entretanto, esse texto não interage somente com a sociedade de 1968, é um texto de sentido atual que fala da luta social e da busca por mudanças tanto políticas quanto educacionais e sociais.
A música, além de ser um protesto, é uma chamada à militância pela libertação da ditadura. E todas as camadas sociais sentiram-se inseridas nesse convite. Nos dois primeiros versos, o autor diz: ‚Caminhando e cantando e seguindo a canção/ Somos todos iguais braços dados ou não‛. Esta frase também nos mostra que, independente de crenças e ideias, as pessoas são iguais, estando elas do mesmo lado ou não. Em outro parágrafo, ele diz: ‚Nas escolas, nas ruas, campos, construções‛, o que significa que as manifestações eram compostas de pessoas de diversos ambientes, mas que possuíam o desejo de mudanças em comum: agricultores, jornalistas, intelectuais, padres e bispos. A maneira encontrada para protestarem pelos seus direitos era juntar aqueles que também possuíam ideias de mudança e desejo por um país melhor.
A intertextualidade ocorre quando, em um texto, está inserido outro texto (intertexto) anteriormente produzido, que faz parte da memória social de uma coletividade. Segundo Val (1991), o intertexto é o que faz um texto dependente do