analise do poema de ceclila meireles
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Analise do poema de Cecilia Meireles Por Manaboa
“Criança”
Cecilia Meireles Cabecinha boa de menino triste, de menino triste que sofre sozinho, que sozinho sofre, - e resiste. Cabecinha boa de menino ausente, que de sofrer tanto, se fez pensativo, e não sabe mais o que sente... Cabecinha boa de menino mudo, que não teve nada, que não pediu nada, pelo medo de perder tudo. Cabecinha boa de menino santo, que do alto se inclina sobre a água do mundo para mirar seu desencanto Para ver passar numa onda lenta e fria a estrela perdida da felicidade que soube que não possuiria. No primeiro verso da primeira estrofe, o eu lírico começa a descrever um menino de maneira carinhosa, pois, o substantivo “cabeça” fica no diminutivo cabecinha, reforçado, logo em seguida, pelo adjetivo boa.
No terceiro verso, existe uma epanadiplose, com uma pequena inversão sintática não existente no verso anterior, para reforçar a vida sofrida e solitária desta criança. O uso do travessão dá uma pausa e uma intensidade ao verso para mostrar a resistência da criança, como vemos: que sozinho sofre, - e resiste.
No primeiro verso desta segunda estrofe é observado, mais uma vez, a atitude da criança pelo uso da anáfora, com a alteração de adjetivo, que passou para ausente, sugerindo mudança de estado, como se vê: Cabecinha boa de menino ausente.
No terceiro verso da mesma estrofe, o “eu” lírico descreve o menino como perdido em seus sentimentos, pois por refletir sobre si mesmo, não sabe o que sente. Isto é reforçado pelo uso das reticências:
Já na terceira estrofe do primeiro verso, se usa a anáfora e o adjetivo utilizado, neste instante é “mudo”, dizendo-nos que ele, o menino, está sem palavras, sem ação, diante do que vive e sofre: Cabecinha boa de menino mudo.
O eu lírico, narrador completa, no segundo verso, a carência emotiva e material do menino, acentuado pelo uso das palavras “não” e “nada”, mostrando que ele tinha receio