Analise do Filme Soy Cuba
Análise Fílmica do “SOY CUBA”
DHIS/FAFICH/UFMG
Belo Horizonte, Nov. 2011
A primeira produção Cinematográfica Cubano-soviética, Soy Cuba, fora uma obra-prima do diretor georgiano Mikhail Kalatozov. Contudo, o filme não fora bem recebido pelos cubanos, sendo relegado ao absoluto esquecimento até sua ocasional redescoberta nos EUA, por diretores hollywoodianos do porte de Francis Ford Coppola e
Martin Scorsese, depois de um ostracismo de quase 30 anos.
Com a finalidade de ser uma grande propaganda político-ideológica da Revolução
Cubana, abriu espaço também, segundo Sérgio Corriery – um dos atores do filme – para um projeto que se traduziria em uma escola de cinema cubana. O filme foi produzido através dos investimentos do ICAIC (Instituto Cubano de Artes e Industria
Cinematográfica), criado em março de 1959, e da URSS. Nesta época, o ICAIC era dirigido pelo Alfredo Guevara e Tomás Gutierrez Alea, tendo ambos acompanhado toda a trajetória e os empreendimentos que deram origem ao Soy Cuba.
Em outubro de 1962, ocorre uma série de conflitos com os EUA, dos quais quase deu origem a uma nova guerra nuclear, a chamada “crise dos mísseis”. O diretor Mikhail
Kalatozov solicitou, para uma das cenas do filme, a escolta aproximada de cinco mil homens e, por incrível que pareça, fora atendido pelo próprio Raúl Castro, segundo o documentário Soy Cuba, Mamute Siberiano. Este evento, segundo depoimento de entrevistados cubanos, desguarneceu a proteção à fronteira Leste do país. Isso nos diz, possivelmente, que a produção deste filme foi entendida pelos revolucionários cubanos, principalmente, Fidel Castro, como estratégico na divulgação dos caminhos e propósitos da Revolução para o resto do mundo. Com a crise, Fidel Castro declarava o caráter
“Marxista-leninista” da revolução, com o intuito de angariar oportunidades junto aos russos. Segundo o mesmo documentário, Soy Cuba, Mamute Siberiano, Yolanda Bennett diz que para produções sem recursos,