Analise de A Metamorfose de Franz Kafka
Neste livro, fica evidente a desesperança do ser, o pessimismo com relação ao futuro, a falta de respostas às questões mais simples e às mais profundas. Enfim, “A Metamorfose” é uma obra agressiva, verídica, forte e, acima de tudo, de resgate de valores e princípios.
Primeiro pode ser a situação da solidão humana em sua plenitude, isto é, no íntimo indissolúvel, de nada adianta estar com alguém ou estar acompanhado, pois nosso passado e nossas experiências são únicos. E, perante o mundo e o todo somos um nada insignificante. Daí, talvez, a metamorfose tenha sido percebida por Gregor ao despertar pela manhã, imaginando-se ainda em um sonho que possivelmente não é a sua realidade. A metamorfose de Gregor pode ser entendida como uma forma de contestação dessa situação. Porém, estando ele em forma de fica ainda mais difícil de ser ouvido.
Também se percebe a necessidade de isolamento, ou talvez de fuga, presente na situação, já que o protagonista sentia-se reconfortado em não mais ter compromissos com a família, o trabalho e a sociedade como um todo. Além disso, fica explícito certo prazer em não mais compactuar com pessoas e situações que abominava, ainda que transformado em um inseto monstruoso. Parece uma forma de vingança surda e imunda.
Porém, essa situação metamórfica impede Gregor de expressar todos os seus sentimentos, toda a sua raiva e indignação, seja contra a família que o explorava, o patrão que o oprimia ou a sociedade em geral que o sufocava. Neste impedimento se estabelece uma relação de desumanidade real, já que o mundo impõe essas situações a todos nós.
Sem dúvida estamos diante de um ser absolutamente pobre de espírito e iniciativa, dominado pelo descaso consigo e o mundo. É um ser angustiado que não percebeu em sua angústia e agonia a possibilidade de mudança, mesmo que para isso houvesse sofrimento e dor. Preferiu a acomodação e o posterior rebaixamento à condição subumana ao invés