Anabolizantes Para Mulheres
Quem usa anabolizantes tem como referência as musas que vêm do universo da TV (são participantes de reality shows e assistentes de palco que animam de biquíni os auditórios), dos grupos de funk e do fisiculturismo. O novo biotipo tem até apelido: mulher-rã, por causa da proporção entre as pernas muito grossas (e, por isso, separadas) e o restante do corpo. O problema é que essa estética desconsidera a genética feminina, que tem níveis mais altos de gordura porque ela é necessária para engravidar. Uma mulher saudável costuma ter cerca de 25% de gordura no corpo. Abaixo dos 15%, os hormônios femininos podem parar de ser produzidos, interrompendo a menstruação e trazendo sérios riscos para a saúde. Mas são justamente esses índices quase sobre-humanos que essa tribo almeja. E, para chegar aos resultados, muitas delas não só se alimentam de maneira supercontrolada e treinam muitas horas por dia: fazem também uso de anabolizantes proibidos. Essas substâncias são parte de uma classe de hormônios (sintéticos ou naturais), na maior parte derivados da testosterona.
Quando entra no corpo, o anabolizante diminui o efeito dos hormônios da mulher. Ela gradualmente perde as formas arredondadas, deixa de acumular líquidos e elimina gordura. A pele adere aos músculos e as veias aparecem. Junto com as mudanças externas vêm as internas, perigosíssimas. No curto prazo, o colesterol entra em desequilíbrio imediato: o bom (HDL) cai e o ruim (LDL) sobe. Isso multiplica a chance de acidentes vasculares. A pressão arterial aumenta. O coração, que é um músculo, também sofre hipertrofia. No médio e longo prazo, rins e fígado são bastante comprometidos. É justamente nesse último que o esteroide é metabolizado, o que o leva a ficar “tóxico”. Em casos graves, há necessidade de um transplante. O pior de tudo: muitos efeitos colaterais são permanentes, mesmo quando se interrompe o uso. As mulheres sofrem um aumento da agressividade, ansiedade