Amyr Klink
Por mim, queimava todos os livros de autoajuda" Trinta anos após cruzar o Atlântico Sul a remo, o navegador brasileiro relembra sua trajetória, suas viagens à Antártica e conta o que o fez ir tão longe inShare173 O navegador brasileiro Amyr Klink (Foto: Divulgação)
O navegador brasileiro Amyr Klink detesta falar em uma "trajetória de sucesso". Após mais de 40 expedições à Antártida e 30 anos depois de ter cruzado sozinho, a remo, o Atlântico Sul, ele também não define suas conquistas como fruto da sorte, destino ou de qualquer outro fator que não inclua muito planejamento, trabalho duro e o extremo cuidado com cada detalhe que uma grande viagem exige. "Detesto quem fala em sucesso. Quem fica inventando caminhos para chegar até ele. Odeio livro de auto ajuda.
Por mim, eu queimaria todos". Se tivesse que definir o sucesso, no entanto, Amyr diria que ele acontece quando seu barco finalmente sai em direção a alto mar. "Para mim, a partida é o sucesso. Se o barco que construí navegar, esse é o meu sucesso. Não ganho medalha ou cheques. No final da viagem, o que tenho é muita conta para pagar e coisa para resolver", afirma.
Amyr também não gosta de falar das tempestades que enfrentou ou alardear sobre os perigos que enfrentou no mar. Prefere descrever suas viagens como um presente, entregue após um longo - e "apaixonante" - processo de fabricação. "Você pode me dar um barco inteiramente novinho, com tanque cheio e equipado com o que há de melhor no mercado. Eu não vou nem subir. O que me dá mais prazer é desenhar a máquina e inventar as soluções".
+ 'Só um imbecil gostaria de fazer o que não curte'
Prestes a completar 59 anos, Amyr é um homem alto, forte, de olhar atento e expressão marcante. Recebeu a reportagem de Época NEGÓCIOS no jardim de sua casa, na zona sul de São Paulo. O espaço é quase todo preenchido por uma enorme cúpula geodésica, estrutura arquitêtonica feita por ele de alumínio que, embora sem função prática,