Amor
Arminio viu as implicações de tal doutrina. Ao invés de glorificar a Deus, rebaixava-o e empobrecia a obra redentora de Cristo. A Cruz perdia seu valor transcendental e o homem não podia responder de si mesmo, ao apelo do Salvador: "sim" ou "não". Pois segundo essa doutrina Deus já havia predestinado, por Sua vontade, os que iam salvar-se, e só estes, de fato, se salvariam. A queda e a salvação decorriam por igual do plano divino. Todos os homens cairiam em Adão. Mas aos escolhidos o Criador concederia os meios de salvação e nenhum deles seria capaz de resistir à Sua graça. Crer, perseverar na fé, e ser salvo seriam coisas para eles inevitáveis.
Aqui, Calvino claramente se inclina para o lado do monergismo. A obra da graça regeneradora não é uma mera oferta exterior, mas uma recriação interior por Deus, que realiza o que ele pretende realizar. Uma mera oferta exterior da graça ou assistência à vontade enfraquecida, que Calvino chama de tipo de graça "escassa", é insuficiente para conduzir o pecador à fé e salvação. Uma oferta exterior nada faz para vencer a escravidão da carne ao pecado mas, num sentido, iria apenas ridicularizá-la. A carne é tão impotente que é necessário mais do que uma atração exterior para libertar a criatura da sua escravidão. O coração de pedra deve ser mudado por Deus por um coração de carne.
Devemos ser cuidadosos em não confundir os dois diferentes usos da palavra carne na Bíblia. O significado dominante de carne no Novo Testamento é o da