amor
Maria Tereza Zanella
Sandra Roberta G. Ferreira
Introdução
A nefropatia diabética vem adquirindo cada vez mais importância como causa de insuficiência renal no mundo ocidental. Em alguns países cerca de 30% dos pacientes que necessitam tratamento dialítico são portadores desta complicação que afeta uma grande proporção de indivíduos tanto diabéticos dependentes de insulina (IDDM) como não-dependentes de insulina (NIDDM). No Estado de São Paulo, a nefropatia diabética situou-se como a terceira mais importante doença de base determinante de insuficiência renal crônica na Grande São Paulo. O diabete esteve presente em 9% dos indivíduos renais crônicos, estando atrás da causa indeterminada (36%), da glomerulonefrite (26%) e da hipertensão arterial (17%). Dos indivíduos que iniciaram diálise no ano de 1991, 11% eram diabéticos e a incidência anual foi calculada em 10,2 casos novos de insuficiência renal crônica por diabete por milhão de habitantes.
A nefropatia diabética se desenvolve em 35 a 45% dos pacientes com IDDM e acomete uma proporção variável em torno de 6 a 20% daqueles com NIDDM, podendo a prevalência nestes últimos atingir 50% na dependência do grupo étnico. Além de evoluir para insuficiência renal, a nefropatia diabética nos pacientes com IDDM e particularmente naqueles com NIDDM, se associa a alta mortalidade por doença cardiovascular.
Até o momento, entretanto, não são totalmente conhecidos os motivos pelos quais uma parte desta população desenvolve esta complicação e outra não.
Fisiopatologia da Nefropatia Diabética
Estudos experimentais contribuíram de forma marcante para implicar a hipertensão intraglomerular e a hiperfiltração no processo de lesão renal. Este aumento da taxa de filtração glomerular tem sido interpretado como resultado de um fluxo plasmático renal aumentado em decorrência de uma redução na resistência da arteríola aferente que não se acompanha de uma redução proporcional na resistência da