Amor sem escala
No romance Amor Sem Escalas, Walter Kirn retrata questões que relacionam-se com solidão, medo do desemprego, superficialidade dos laços afetivos, desamparo, fuga e adaptação do ser humano dentro de uma sociedade que valoriza mais o dinheiro e o poder do que a própria vida humana. Tudo isso se relaciona, de diversas maneiras, com o masoquismo e a culpa. Desejamos abordar algumas dessas relações ao longo do trabalho.
Resumidamente, a história retrata a vida de Ryan Binghan, um executivo bem sucedido que viaja constantemente ao redor do mundo para executar a tarefa de despedir funcionários de empresas afetadas pela crise norte-americana. Trata-se de um personagem que passa a maior parte da vida viajando de avião em função de seu emprego; apesar de desprezá-lo, são as milhas aéreas acumuladas através desse trabalho que proporcionarão o cumprimento de uma meta pessoal: acumular um milhão de milhas aéreas. Ryan é parte da nova frota de "robôs soldados" da aviação comercial; viaja com seus apetrechos tecnológicos de última geração, com roupas que não amarrotam, com pouca bagagem e aparentemente não depende de ninguém. Sua relação com as mulheres é precária, assim como seu entrosamento familiar.
Ao iniciarmos nossos comentários apontaremos primeiramente para as notáveis diferenças apresentadas na obra literária e na obra cinematográfica (1 Filme dirigido por Jason Reitman, em 2009.)
Em seguida, elucidaremos, através da óptica do conceito de poder pastoral - proposto por Foucault - as relações de poder observadas no contexto neoliberal para logo após relacionarmos o tema do masoquismo e culpa na trama. Por fim, teceremos nossas considerações finais na conclusão do