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REVOLUÇÃO E GOLPE DE ESTADO
1. Controvérsia em torno do conceito de revolução — 2. Conceito histórico-cultural — 3. Conceito sociológico — 4. Conceito jurídico — 5. Conceito político — 6. Origem e causa das revoluções — 7. As distintas fases da ação revolucionária — 8, A crítica da revolução — 9. A reforma — 10. A contra-revolução — 11. O golpe de Estado — 12. A técnica do golpe de Estado — 13. Golpe de Estado e revolução.
1. Controvérsia em torno do conceito de revolução
Dos temas políticos de nosso tempo, a Revolução entra na categoria mais sugestiva daqueles que merecem estudo profundo e sistemático. Não somente pela importância de que se reveste senão em virtude dos abusos a que vem sendo exposto e da anarquia observada ao redor desse conceito, da parte de quantos o usam sem refletirem nos limites de seu emprego, em face de determinadas realidades políticas e sociais de nossa época.1
A teoria da revolução na esfera dos estudos políticos tem seguido ampla trajetória: primeiro, objeto apenas da atenção dos historiadores políticos, a seguir dos filósofos da cultura e, finalmente, dos sociólogos e cientistas políticos e psicólogos sociais.
Já na década de 20 von Wiese, respondendo a Gustavo Landauer, que afirmara não ser possível dar à revolução um tratamento científico, sustentou tese oposta, proclamando que nenhum processo da vida social podia eximir-se a uma investigação de teor científico.
Contudo esse mesmo sociólogo queixava-se da pobreza da literatura sociológica e amargamente recriminava a ausência de investigações pormenorizadas acerca daquele tema. Citava a obra de Ratzenhofer, em três volumes, intitulada Essência e Objetivo da Política e a Política de Holtzendorff, ambos dois velhos cientistas políticos da Alemanha, em cujos trabalhos a palavra “revolução” nem sequer figurava.2
Quanto a Tocqueville, Taine, Carlyle, Sybel, Ranke e Treitschke, dizia o criador da sociologia das relações que eles eram, com seus textos