Almeida junior
Este quadro é considerado uma obra de ruptura, pois quebra com os padrões da figura feminina lançando um olhar diferenciado para esta mulher que tem desejos e vontades que não eram considerados no século XIX. Os indícios para esta conclusão, estão nos seguintes elementos; a mulher foi retratada sozinha com uma postura mais desalinhada, os cabelos soltos fazem referência a liberdade e luxuria com uma apelo sensual.
A mulher está lendo um livro o que não era comum para as mulheres na época, o que lhe indica acesso a cultura universo dominado pelos homens ( cultura=poder).
O corpo desta mulher está praticamente nos quadrantes de maior valor da ordem do sagrado e do profano. A parte da cabeça= intelecto é do sagrado e o corpo=desejos é do profano.
Primeiro quadrante: a paisagem natural pode remeter ao paraíso universo feminino, ligado as questões da natureza, a casa de construção nobre representa status e posição social elevada; A cabeça da mulher representa inteligência evidenciada pela luminosidade no rosto e no topo da cabeça. Ela tem um livro em mãos, ícone de cultura= poder, poucas mulheres liam nesta época.
Segundo quadrante: mostra a terra símbolo de estatus, a propriedade com grande área de céu e terra, mostrando a ostentação e poder (domínio sobre a terra), que pode pertencer a esta mulher.
Terceiro quadrante: mostra a imagem do corpo da mulher sentada em uma cadeira de forma desalinhada com os cabelos soltos dando o sentido de liberdade;
Suas roupas são refinadas, com cores próximas do ambiente em que ela está sentada, existe uma ligação semântica entre a figura feminina e a casa, dando idéia de pertencimento.
Quarto quadrante: Apesar do corpo da mulher estar inteiro na cena a direita do quadro, seu pé está avançando o último quadrante da esquerda que da indícios de uma mulher independente, extrapolando o padrão de comportamento feminino da época. Normalmente o quadrante da direita representava o universo feminino e o da