Allan Kardec e o Brasil
ALLAN KARDEC E O BRASIL - Cremos que 1864 é o ano que pela primeira vez aparece citado na Revue Spirite o nome da então capital brasileira : Rio de Janeiro. Trata-se de um artigo publicado na seção "Crônicas de Paris", no "Jornal do Commercio", do Rio, de 23 de setembro de 1863. Seu autor começa falando dos espetáculos fantasmagóricos que se tornaram populares nos teatros de Paris e, em seguida, passa a tecer comentários em torno do Espiritismo.
Allan Kardec limita-se a mostrar que o autor do artigo não se aprofundou no estudo do Espiritismo, de cuja parte teórica ignora os processos. Elogia-lhe, porém, o comportamento sensato diante dos fatos, para a explicação dos quais não levantara teorias temerárias. "Pelo menos" - escreve Kardec - "ele não julga pelo que não sabe."
Ao final do seu breve comentário, assim se expressava o mestre (Revue Spirite, julho de 1864, p. 213):
"Verificamos, com satisfação que a ideia espírita faz progressos sensíveis no Rio de Janeiro, onde ela conta com numerosos representantes, fervorosos e devotados. A pequena brochura "Le Spiritisme à sa plus simple expression", publicada em língua portuguesa, contribuiu, não pouco, para ali espalhar os verdadeiros princípios da Doutrina."
Sob o título - "O Espiritismo no Brasil", o Codificador dá a saber a seus leitores da Revue que o "Diário da Bahia" de 26 e 27 de setembro de 1865 contém dois artigos, que são a tradução, em português dos que foram publicados, havia seis anos, pelo Dr. Amédée Déchambre (1812 - 1885), autor do importante "Dictionnaire des sciences médicales", artigos em que o autor fizera uma exposição semiburlesca. Entre outras coisas, dizia o ilustre médico que o fenômeno das mesas girantes e falantes é falado por Teócrito (poeta grego, 300 -250 a.C), daí concluindo que não sendo novo esse fenômeno não tinha ele nenhum fundo de realidade. "Lamentamos que a erudição do Sr. Déchambre" - comentou Kardec -, "não lhe tenha permitido ir mais longe,